Um pouco de mim

Dos Livros Sagrados das principais religiões mundias, o único que não tenho é o Bagavad-Gita. Quando molequinho ouvia atrocidades sobre essa religião, "os adoradores da vaca", os blasfemos, "a carne animal é permitida por Deus", os comentários não surtiam efeito em mim, por ser vegetariano, não me conformo(va) que animais estão(vam) sendo mortos para servir de alimento... Quando criança era quase um xiita alimentar (sou vegetariano desde criança, tenho essa consciência desde os 4 anos de idade), mas o tempo mostrou que nem tudo ocorre do jeito que queremos, mas só pelo fato de eles não comerem carne vermelha, era pra mim um voto de confiança em sua crença. Quando se é pequeno tudo parece fácil, a gente cresce, o mundo não é um Conto de Fadas.

A minha viagem pelo universo hindu começou na adolescência, nesse período comecei a conhecer os seguidores de outros credos, era tudo aparecendo de uma vez, era cada religião "diferente", fiquei maravilhado com tanta diversidade religiosa, meus pais não gostavam muito, impedir não podiam, eles não tinham nenhuma crença definida, apesar de implicarem um pouco demais, com o tempo se viram obrigado a deixar. Era felicidade que transbordava, pois poderia agora, seguir ou tentar acreditar em alguma coisa diferente das encontradas na Igreja Cristã. No percurso da busca, acabei notando que muitos crentes tinham as mesmas percepções sobre o que é Deus, sobre o que Ele quer que façamos, com muitos seguidores se achando os porta-vozes d'Ele na Terra. Vivia me perguntando se era isso que queria para mim, não era, nunca fui de concordar com dogmas e verdades intocáveis, por ser adolescente, não tinha um senso crítico tão apurado, mas sabia que estava no caminho.

O primeiro livro que li desse universo hindu, foi Fácil Viagem a Outros Planetas, da sua divina graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, gente do céu, uma criança fantasiosa, não deve ler coisas assim, ainda mais quando está escrito que é verdade, embora curioso demais, sempre tive os pés no chão, ainda bem. Quem me deu o livro foi uma amiga, Cyara, luterana de família na época, ela conhecia mais ou menos esse meu gosto por coisas ligadas a religião, mas por ser mais nova e menos curiosa, nem notava direito as minhas buscas por esse universo tão rico. Certo dia em sua casa, ela aparece com o livro citado acima, me empolguei, era o que precisava para ler, só não esperava que ela dissesse que o livro tinha sido obra de macumba, já que ele tinha algumas páginas queimadas de dentro para fora. Não sabia o que era hinduísmo direito, muito menos minha amiga e sua mãe, provalvelmente pensaram que era apenas mais um livro qualquer, sorte minha, se soubessem, não teria lido.

O livro mistura yoga, viagem astral/dimensional, histórias krishnicas, teorias mirabolantes com "comprovações científicas da vida em outros planetas", ou seja, muita viajem. Não ia acreditando em tudo, apenas achava o máximo, por também gostar de ficção científica, o livro acabou sendo uma obra nesse estilo. Como era de se esperar, deixei de lado a cultura hindu, não tinha ninguém para conversar, muito menos sabia de um jeito de obter material sobre essa religião. Fui ouvir alguma coisa mais específica no segundo ano do 2.o Grau.

Após ter acabado o ensino médio, o meu conhecimento religioso era bem vasto, vez ou outra, pegava o Bagavad-Gita na Bibioteca Municipal, passava do dia da entrega, pegava de novo, devolvia né, outros também tinham o direito de ler, até que deixei de pegar emprestado, mas foi o suficiente para os meus estudos. Merecia Ele de presente, já que ficava mais comigo do que com os outros. Hoje tenho o Mahabharata, falarei melhor dele em outros textos, dá uma viagem na cabeça de alguns adeptos dos Novos Movimentos Religiosos, com o Bagavad-Gita não é diferente

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